# 10 | Coisas que eu gostaria que tivessem me dito ou simplesmente ouvido
Um texto referente ao desafio de escrita da Lele Moreira
Oi, estrelinhas! Como estão?
Chegamos ao fim da primeira edição do desafio, e como o tema proposto foi livre, resolvi fazer levemente diferente dos demais.
Tem muitas coisas que eu gostaria de ter ouvido ao longo dos anos, principalmente conselhos sobre a vida. Nossos familiares vão sempre ofertar suas opiniões, mas quase nunca são conselhos de verdade, apenas alfinetadas e coisas do gênero.
Como se crescer já não fosse difícil o suficiente.
Enfim, eis algumas coisas que eu gostaria de ter ouvido ao longo da vida.
Queria ter ouvido mais sobre pessoas que nunca encontraram a suposta “cara metade”. Passei boa parte da minha vida acreditando que todos iriam conseguir se apaixonar e tudo mais, sendo que isso não acontece com todo mundo.
Queria ter ouvido que a culpa não era minha — em diversas situações. Queria que alguém tivesse me dito que a responsabilidade pela felicidade dos meus pais não era minha, pois eu era apenas uma criança.
Queria que tivessem dito para mim que respeitam minhas escolhas ao invés de dizerem o que acham que eu deveria fazer da minha própria vida.
Queria que tivessem me dito que me amam sinceramente mais vezes. Eu sinto que já ouvi muitos eu te amo vazios, apenas por falar.
Queria ter ouvido mais convites para sair. Eu sou muito caseira, mas gosto de sair com as pessoas certas e para lugares agradáveis para mim. Infelizmente isso quase nunca acontece.
Queria que tivessem me dito que eu não deveria me cobrar tanto. Que eu sou boa sendo eu mesma e que não preciso provar nada para ninguém.
Queria que tivessem me dito que eu sou suficiente, que não preciso inventar artimanhas para ser notada e querida.
Queria que tivessem me dito que eu não sou perfeita e não preciso ser para ser amada.
Queria ter ouvido mais as histórias do meu avô, prestado atenção em cada palavra que saía de sua boca.
Queria que tivessem me dito que o mundo pode ser horrível às vezes, mas que eu encontraria pessoas boas nele.
Talvez eu queira até mais do que isso, nem eu sei bem. A verdade é que escrever esse tipo de coisa sempre me reconforta, pois eu sei que posso reler em um dos meus piores momentos e lembrar que não estou totalmente sozinha, que há pessoas, mesmo longe, que se importam ao menos um pouco comigo.
Este é o fim da primeira parte do Desafio de Escrita Tagarela. Graças a ele, fui desafiada semanalmente a escrever, me obrigando a colocar meus sentimentos para fora de alguma forma. Escrever sempre foi um bálsamo e, aos poucos, venho sentindo a segurança de expor minhas palavras para outras pessoas.
Agradeço primeiramente a
pela iniciativa do desafio. Ela é talentosa, divertida e uma boa companhia. E agradeço também as demais pessoas do nosso pequeno mundinho tagarela por seus textos incríveis sobre cada tema semanal. Fico muito feliz por ter encontrado vocês.E que venha o desafio 2.0!
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